Há uma pergunta que certamente assaltou todos os congressistas, mas que, que eu tenha dado por isso, nenhum se atreveu a verbalizar: “porque razão se demitiu Paulo Portas?”
Era já claro na noite das eleições que a tomada de posição de Portas era excessiva. Tornou-se evidente nos agonizantes dias seguintes que ninguém no partido estava preparado para lidar com essa situação. E foi-se convertendo numa evidência até ao Congresso a ideia, repetida no conclave, de que, na realidade, ninguém queria que Portas se fosse embora e poucos (se alguns) seriam capazes de pedir a sua cabeça pelo desastroso resultado eleitoral.
A forma como Portas saiu, magnânimo e “vitorioso” (o seu discurso de sábado é mais uma daquelas peças notáveis de que sentirá falta quem gosta de política), reforçou esse sentimento. Por isso, a pergunta que se impõe, ainda não respondida, é essa: “e agora, o que vai fazer Paulo Portas?”.
Paulo Portas deve compreender que para os militantes populares, esta não é uma questão encerrada. Portas deve entender que os seus partidários ainda não entenderam porque razão os abandonou. Portas deve perceber que os seus correligionários não aceitarão que, como Durão, Portas os deixe à deriva para poder ir ocupar um lugar bem pago onde quer que seja. Por incrível que pareça, há hoje muitos olhares cravados em Paulo Portas.
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