É uma profunda desilusão que a possibilidade de candidaturas independentes às autarquias esteja apenas a gerar efeitos contrários aos pretendidos.
Se o que se pretendia com essa reforma era aproximar o poder dos cidadãos, o seu resultado ameaça converter-se numa fragilização dos partidos, não para trazer para fora deles aquilo que eles têm de melhor, mas aquilo que eles têm de pior. Tendo como pano de fundo a limitação de mandatos que está no horizonte, Valentim Loureiro, Isaltino Morais e Alfredo Barroso (provando que este não é um problema de um partido) podem nesta eleição abrir o caminho a uma vaga de candidaturas autárquicas à revelia dos partidos. Se ganharem provam que o problema não está nos partidos: está nos eleitores. E demonstram que por isso mesmo não basta uma boa lei para se obter uma boa cidadania. Funciona precisamente em contrário e tem ainda um corolário lógico: se não houver uma boa cidadania é indiferente que haja boas leis.
P.S. (iniciais de post scriptum…)
Quem a esta hora deve estar a meditar nisto tudo é PSL, que provavelmente nem se lembrou desta possibilidade.
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