Vasco Pulido Valente viu a entrevista de Cavaco Silva a Judite de Sousa, na RTP, e comentou isto:
«(...) A propósito do perigo de conflito com o primeiro-ministro, se fosse e quando fosse Presidente da República, Cavaco disse: "Duas pessoas sérias com a mesma informação (no caso ele próprio e Sócrates) têm (inevitavelmente) de concordar". Cavaco disse isto com toda a naturalidade e convicção, como quem declara uma evidência, sem uma reserva ou a mais leve sombra de ironia. Acha mesmo que sim: que duas pessoas só podem discordar por ignorância ou falta de carácter. Para ele, a verdade é unívoca e, pior ainda, não custa nada estabelecer. O fanatismo nunca falou por outras palavras e quem conserva um reflexo de independência e liberdade com certeza que as reconheceu pelo que elas são: a raiz da mais cega e absoluta intolerância (...)»
«(...) Claro que as circunstâncias não permitem que o dr. Cavaco se torne num pequeno ditador. Mas talvez convenha perceber o indivíduo que dentro de semanas vai chegar a Belém. O velho desprezo pela política (de novo flagrante nesta campanha), sempre rejeitada como pura intriga ou jogo de interesses sem legitimidade ou desculpa, não passa de uma condenação sumária da gente pouco séria (ou incapaz), que desvia ou "bloqueia" Portugal. Para o dr. Cavaco, há um "bem da nação" indiscutível e uma única maneira de governar: a maneira honesta e sabedora que ele aconselha e representa.»
(via Puxapalavra)
Sem comentários:
Enviar um comentário