A forma como as potências ocidentais estão a abordar a questão do Irão revela inteligência e capacidade de aprendizagem. É claro que uma intervenção militar é altamente provável senão mesmo inevitável. Parece que já se percebeu que os EUA já tomaram essa decisão. Portanto a questão é (1) quando e (2) com que aliados. Lenta mas notoriamente, os restantes países ocidentais colocam-se moderadamente em posição de poderem vir a apoiar essa acção.
Após os ataques de 2001 e subsequentes intervenções no Afeganistão e Iraque, julgo que boa parte da divisão ocidental resultou do efeito-surpresa da ameaça terrorista, que verdadeiramente só nessa altura se revelou na sua verdadeira magnitude. O Ocidente não estava preparado para lidar com essa situação e foi isso que gerou a sua divisão. Os países ocidentais, todos, perceberam então que a sua divisão era (foi) uma fraqueza e impõe a mais evidente inteligência geoestratégica que isso não se repita no Irão. É por isso que moderadamente, toda a gente se coloca a jeito para uma intervenção militar. Ou seja, a comunidade internacional percebeu depois do Afeganistão e do Iraque, que está perante uma realidade mundial nova e está a adaptar-se a ela. Uma das maneiras de o fazer é percorrer um caminho diplomático anterior à guerra cuja função é justamente preparar para a guerra. A visita de El-Baradei não será o último, mas é um passo decisivo nesse sentido.
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