O discurso circular e sofismático (muito "à la Guterres") dos responsáveis franceses (presidente e PM) acerca dos acontecimentos em Paris é particularmente emblemático e irritante.
O problema é grave e não tem uma solução fácil. Claro que existe um efeito de mimetismo que leva as hordas de jovens sem referências a imitarem outras hordas de jovens sem referências. Claro que existe um efeito de visibilidade que os media e as televisões conferem ao fenómeno que faz dos distúrbuios "um espectáculo!". Claro que estes são actos de delinquentes e marginais provavelmente sem nenhuma filiação étnica que não seja meramente circunstancial. Mas de facto, trata-se de hordas de jovens sem referências, com desejo de protagonismo e vontade de demonstração de força, alimentados pela crença de que são marginalizados pela sociedade. E isso são-no em Paris como o são em Lyon, em Hamburgo, em Amesterdão, em Londres, em Roma ou em Lisboa. Nuns casos serão muçulmanos, noutros serão turcos, indianos ou caboverdianos. Mas o que serão sempres é hordas de jovens marginalizados com desejo de protagonismo.
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