Segundo a RTP citando um despacho Lusa, 20 crianças portuguesas e espanholas tiveram no domingo a oportunidade de falar via satélite com o astronauta espanhol, Pedro Duque, que como se sabe, se encontra na Estação Espacial Internacional.
A oportunidade é certamente única para as crianças portuguesas seleccionadas, mas o que me pergunto é como terá sido feita a selecção, da responsabilidade a Agência Espacial Europeia. Será que também entraram no processo de selecção crianças gregas? E francesas? Se o leque inicial incluía somente crianças catalãs, galegas, etc, porque razão foram incluídas as portuguesas. Se era para não serem apenas crianças espanholas, porque razão não há outras nacionalidades incluídas para além das crianças portuguesas.
Ou seja, a questão que me preocupa nesta notícia é saber porque é que, numa entrevista a um astronauta espanhol a Agencia Espacial Europeia acha que faz mais sentido juntar portugueses a espanhóis do que franceses a espanhóis ou gregos a espanhóis. Em que língua terão as crianças portuguesas colocado as suas questões ao astronauta espanhol?
A opção da Agencia Espacial Europeia de seleccionar crianças portuguesas para participarem na entrevista aos astronauta espanhol Pedro Duque faz todo o sentido do ponto de vista prático e aparentemente só tem vantagens, sobretudo para as próprias crianças. Mas subjacente a esta decisão está um entendimento da Península Ibérica que, no quadro de uma cada vez maior integração europeia, nos deve preocupar, sobretudo porque vindo de uma entidade exterior. O facto em si nada tem de criticável, muito pelo contrário. Mas o que está por detrás dele é que pode ser preocupante.
Sem comentários:
Enviar um comentário