A propósito do Benfica-Barcelona gerou-se uma (bem disposta) polémica sobre a racionalidade no futebol, aqui, aqui e aqui.
Não só não é racional apoiar o Benfica contra o Barcelona como, para qualquer adepto do Sporting ou do Porto, é racional o contrário:
- o sucesso do Benfica dá pontos e possibilita que daqui a alguns anos haja mais vagas europeias para 18 equipas disputarem, entre elas o Porto e o Sporting;
- mas esse mesmo sucesso também lhe dá receitas que para o ano vão permitir não vender os jogadores que tem, comprar melhores jogadores e ficar com uma equipa mais forte, para confrontar sobretudo o Porto e o Sporting.
Haverá algo mais racional do que desejar a derrota do Benfica?
É que nem é preciso apelar às razões emocionais...
Tese + Antítese = Síntese. Espaço de reflexão sobre a actualidade. Media, política e jornalismo.
sexta-feira, março 31, 2006
Em destaque
Sobre as quotas:
"Começou com as mulheres, mas não há razão para que, a prazo, outras quotas não se venham a impor, por cor da pele, religião, orientação sexual, região ou classe social de origem. Para quem tenha uma concepção liberal da política, na velha tradição da liberdade, há uma perda de qualidade da naturalidade democrática a favor do artificialismo, da engenharia utópica da sociedade."
Pacheco Pereira, no Abrupto
"Começou com as mulheres, mas não há razão para que, a prazo, outras quotas não se venham a impor, por cor da pele, religião, orientação sexual, região ou classe social de origem. Para quem tenha uma concepção liberal da política, na velha tradição da liberdade, há uma perda de qualidade da naturalidade democrática a favor do artificialismo, da engenharia utópica da sociedade."
Pacheco Pereira, no Abrupto
Lobby gay contra a Galp
O site PortugalGay denunciou o novo hino da Galp como sendo homofóbico por causa deste trecho:
"Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro,
Que o último a chegar é paneleiro."
Curiosamente, no site da Galp a palavra surge substituída por reticências.
(via Tomarpartido)
"Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro,
Que o último a chegar é paneleiro."
Curiosamente, no site da Galp a palavra surge substituída por reticências.
(via Tomarpartido)
quinta-feira, março 30, 2006
Perspicácia
Mais um exemplo de fabulosa perspicácia dos dirigentes do Sporting:
A assembleia geral que vai elegar a próxima direcção do clube foi marcada para a sexta-feira anterior à penúltima jornada do campeonato, quando, provavelmente, o título de campeão estará em plena decisão...
Muito perspicaz!
A assembleia geral que vai elegar a próxima direcção do clube foi marcada para a sexta-feira anterior à penúltima jornada do campeonato, quando, provavelmente, o título de campeão estará em plena decisão...
Muito perspicaz!
Explicação para uma providência cautelar
Finalmente a explicação para uma providência cautelar que já chegou à Quadratura do Círculo:
"Diário da tua ausência", o novo livro de Margarida Rebelo Pinto é lançado no próximo dia 12 de Abril.
Pode não saber escrever, mas é inteligente!
"Diário da tua ausência", o novo livro de Margarida Rebelo Pinto é lançado no próximo dia 12 de Abril.
Pode não saber escrever, mas é inteligente!
Ironia
Aqui está uma ironia que muitos imigrantes africanos certamente dispensavam:
"É BOM TRABALHAR NA OBRAS", diz a página inicial da Oficina do Livro.
"É BOM TRABALHAR NA OBRAS", diz a página inicial da Oficina do Livro.
Titânico
E ainda dizem que o futebol não é galvanizador...
Vejam a página inicial do site oficial do Vitória de Guimarães na antevisão do próximo jogo com o Sporting:
Vejam a página inicial do site oficial do Vitória de Guimarães na antevisão do próximo jogo com o Sporting:
Renaissance
O renascimento do film noir francês pós-americano:
Estreou no passado dia 15 em França, Renaissance, de Christian Volckman, um curioso filme de animação 3D integralmente a preto e branco passado em Paris no ano de 2054. O blogue Alambique explica do que se trata e o site oficial merece uma visita (os videos de making of e os trailers são particularmente recomendáveis).
Estreou no passado dia 15 em França, Renaissance, de Christian Volckman, um curioso filme de animação 3D integralmente a preto e branco passado em Paris no ano de 2054. O blogue Alambique explica do que se trata e o site oficial merece uma visita (os videos de making of e os trailers são particularmente recomendáveis).
quarta-feira, março 29, 2006
Confesso...
terça-feira, março 28, 2006
Inteligência europeia
"Censura"
Segundo o Diário Digital, Margarida Rebelo Pinto e a sua editora interpuseram uma providência cautelar para impedir a publicação do livro "Couves & Alforrecas: Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto", de João Pedro George, do Esplanar, editado pela Objecto Cardíaco. Um assunto que merece acompanhamento.
Adenda: O Estado Civil diz que o DN de amanhã pega no assunto.
Adenda: O Estado Civil diz que o DN de amanhã pega no assunto.
segunda-feira, março 27, 2006
Para reflexão
Como subproduto do interessante debate sobre liberdade de expressão organizado pelo DN, eis uma ideia profícua de Pacheco Pereira:
“Em Portugal, devíamos estudar com muita atenção a censura. Com excepção da União Soviética, somos o país da Europa em que a censura durante mais tempo moldou a maneira de pensar: 48 anos sem um único dia de interregno. Na Turquia, Grécia ou Espanha, houve dias sem censura. Em Portugal foram 48 anos seguidos sem interrupções.
E os nossos coronéis tinham uma enorme sensibilidade para aquilo que era importante na censura: a autoridade. A censura prévia em Portugal cortava tudo o que pudesse ser entendido como crítica à autoridade. Há cortes da censura a críticas à maneira se vestir do Príncipe de Gales, às críticas à actuação dos árbitros. Os censores percebiam muito bem quando estava em causa aquilo a que eles chamavam o ‘desrespeito’.
O mais importante na nossa censura nem era a censura do político mas sim a censura da conflitualidade. Tínhamos uma censura em Portugal que proibia notícias de suicídios. Eram sempre ‘acidentes com armas de fogo’. As mortes e os assassinatos violentos também não existiam. Tudo aquilo que pudesse implicar uma ideia de conflito social era cortado.
Se quisermos estudar os nossos problemas de liberdade em 2006, não podemos ignorar uma tradição longuíssima de uma censura que combatia essencialmente o conflito social. Esta ideia é algo que ficou na nossa mentalidade e que tem muito a ver com o retorno do sr. Bom e do sr. Senso. Acho que este debate sobre as caricaturas a incorporou: nós temos uma enorme facilidade em integrar o sr. Bom e o sr. Senso no nosso quotidiano. O Sr. senso tem sucesso em Portugal porque nós temos uma mentalidade que não gosta do conflito. Nós não gostamos do conflito. Nós somos socialmente avessos ao conflito.”
“Em Portugal, devíamos estudar com muita atenção a censura. Com excepção da União Soviética, somos o país da Europa em que a censura durante mais tempo moldou a maneira de pensar: 48 anos sem um único dia de interregno. Na Turquia, Grécia ou Espanha, houve dias sem censura. Em Portugal foram 48 anos seguidos sem interrupções.
E os nossos coronéis tinham uma enorme sensibilidade para aquilo que era importante na censura: a autoridade. A censura prévia em Portugal cortava tudo o que pudesse ser entendido como crítica à autoridade. Há cortes da censura a críticas à maneira se vestir do Príncipe de Gales, às críticas à actuação dos árbitros. Os censores percebiam muito bem quando estava em causa aquilo a que eles chamavam o ‘desrespeito’.
O mais importante na nossa censura nem era a censura do político mas sim a censura da conflitualidade. Tínhamos uma censura em Portugal que proibia notícias de suicídios. Eram sempre ‘acidentes com armas de fogo’. As mortes e os assassinatos violentos também não existiam. Tudo aquilo que pudesse implicar uma ideia de conflito social era cortado.
Se quisermos estudar os nossos problemas de liberdade em 2006, não podemos ignorar uma tradição longuíssima de uma censura que combatia essencialmente o conflito social. Esta ideia é algo que ficou na nossa mentalidade e que tem muito a ver com o retorno do sr. Bom e do sr. Senso. Acho que este debate sobre as caricaturas a incorporou: nós temos uma enorme facilidade em integrar o sr. Bom e o sr. Senso no nosso quotidiano. O Sr. senso tem sucesso em Portugal porque nós temos uma mentalidade que não gosta do conflito. Nós não gostamos do conflito. Nós somos socialmente avessos ao conflito.”
sábado, março 25, 2006
A liberdade de expressão em debate
Why China scares the US
"Why China scares Russia"
Newsweek
Porque será que não consigo deixar de ver este título da Newsweek como um indício de que - manifesta projecção - os americanos estão cheios de medo da China? O poder real e (sobretudo) potencial da China está envolto em incógnitas, mas o receio que ele desperta nos EUA é o melhor indício de que "não há fumo sem fogo".
Newsweek
Porque será que não consigo deixar de ver este título da Newsweek como um indício de que - manifesta projecção - os americanos estão cheios de medo da China? O poder real e (sobretudo) potencial da China está envolto em incógnitas, mas o receio que ele desperta nos EUA é o melhor indício de que "não há fumo sem fogo".
quinta-feira, março 23, 2006
A Terra, a Água e o Ar
"À escala cósmica, a água é mais rara do que o ouro."
Hubert Reeves, citado por Fernando Alves nos Sinais de ontem.
A multiplicação das iniciativas e estratégias relacionadas com o aproveitamenteracional da água, faz pensar nos elementos fundamentais dos gregos e na forma como eles explicam boa parte do quadro de fundo da história do ser humano.
Por volta de 1500 a Terra ainda era um bem não escasso e a descoberta de "nova terra" era possível. Hoje, a terra é disputada ao centímetro, há poucas zonas no mundo "livres de humanos" e as que há têm que ser deles protegidas. A Terra transformou-se num recurso escasso, passou a a valer dinheiro e por isso foi tomada pela propriedade privada.
A água é nos dias que correm objecto de acordos e convenções internacionais quando não de disputas veladas entre países (Portugal e Espanha, por exemplo). Ainda é um bem livre e não escasso, mas está a tornar-se em algo com valor económico, primeiro numa perspectiva nacional, mas depois também numa perspectiva particular. Neste momento a discussão ainda permanece no primeiro desses planos, mas vai evoluir para o segundo.
Por fim, o Ar. O que significam acordos como o de Qioto senão a assunção de que tembám o Ar, o mais abundante dos elementos, é afinal limitado e tem que ser "gerido"? A pergunta que se coloca então é: se hoje em dia fosse tecnicamente possível criar e manter ar puro em zonas controladas, isso não teria imediatamente um enorme mercado potencial em muitos países ocidentais? Aliás, partindo da crença no progresso inelutável da técnica, a pergunta não deve ser "e se"; deve ser "e quando" isso for possível?
A muliplicação dos seres humanos gera pressão sobre os recursos todos. Primeiro a Terra, agora a Água, no futuro o Ar. E na medida em que essa pressão cresce, cresce o valor económico dos elementos e portanto a sua atractividade para a propriedade privada.
Hubert Reeves, citado por Fernando Alves nos Sinais de ontem.
A multiplicação das iniciativas e estratégias relacionadas com o aproveitamenteracional da água, faz pensar nos elementos fundamentais dos gregos e na forma como eles explicam boa parte do quadro de fundo da história do ser humano.
Por volta de 1500 a Terra ainda era um bem não escasso e a descoberta de "nova terra" era possível. Hoje, a terra é disputada ao centímetro, há poucas zonas no mundo "livres de humanos" e as que há têm que ser deles protegidas. A Terra transformou-se num recurso escasso, passou a a valer dinheiro e por isso foi tomada pela propriedade privada.
A água é nos dias que correm objecto de acordos e convenções internacionais quando não de disputas veladas entre países (Portugal e Espanha, por exemplo). Ainda é um bem livre e não escasso, mas está a tornar-se em algo com valor económico, primeiro numa perspectiva nacional, mas depois também numa perspectiva particular. Neste momento a discussão ainda permanece no primeiro desses planos, mas vai evoluir para o segundo.
Por fim, o Ar. O que significam acordos como o de Qioto senão a assunção de que tembám o Ar, o mais abundante dos elementos, é afinal limitado e tem que ser "gerido"? A pergunta que se coloca então é: se hoje em dia fosse tecnicamente possível criar e manter ar puro em zonas controladas, isso não teria imediatamente um enorme mercado potencial em muitos países ocidentais? Aliás, partindo da crença no progresso inelutável da técnica, a pergunta não deve ser "e se"; deve ser "e quando" isso for possível?
A muliplicação dos seres humanos gera pressão sobre os recursos todos. Primeiro a Terra, agora a Água, no futuro o Ar. E na medida em que essa pressão cresce, cresce o valor económico dos elementos e portanto a sua atractividade para a propriedade privada.
segunda-feira, março 20, 2006
Solidariedade
(Post de solidariedade com todos os Larry deste mundo)
Quem terá tido a ideia de dar nomes de pessoas às catástrofes naturais?
(será um velho vestígio de animismo?)
Quem terá tido a ideia de dar nomes de pessoas às catástrofes naturais?
(será um velho vestígio de animismo?)
sábado, março 18, 2006
Cenas da vida real
Numa cervejaria de Lisboa peço uma palhinha para a coca-cola do meu filho. O empregado traz uma palhinha às listas vermelhas e brancas e diz: "Aqui está a palhinha. É do Benfica. O momento não é o melhor, mas ainda assim..."
A cor da palhinha era irrelevante, mas a observação não. Por isso peguei na palhinha e respondi: "Não tem em verde. Não leve a mal, mas nós preferimos."
O resto do almoço decorreu na maior normalidade, mas a reflexão impôs-se-me:
Que grau de clubite poderá ser necessário para um empregado de mesa aborbar dois clientes perfeitamente desconhecidos desta forma? Mais: que tipo de ideias povoam a mente daquela criatura para ver "Benfica" numa palhinha para a coca-cola? Quantas sinapses, Dr.Damásio?
A cor da palhinha era irrelevante, mas a observação não. Por isso peguei na palhinha e respondi: "Não tem em verde. Não leve a mal, mas nós preferimos."
O resto do almoço decorreu na maior normalidade, mas a reflexão impôs-se-me:
Que grau de clubite poderá ser necessário para um empregado de mesa aborbar dois clientes perfeitamente desconhecidos desta forma? Mais: que tipo de ideias povoam a mente daquela criatura para ver "Benfica" numa palhinha para a coca-cola? Quantas sinapses, Dr.Damásio?
Fim de citação III
"Cantar em português, nem pensar. Seria como cantar fado em inglês."
Angelina, cantora de jazz, na mesma reportagem da NS
Bom paralelo! Mas talvez fosse de o desafiar à Jacinta, ouvida na mesma reportagem.
Angelina, cantora de jazz, na mesma reportagem da NS
Bom paralelo! Mas talvez fosse de o desafiar à Jacinta, ouvida na mesma reportagem.
Fim de citação II
"Acho ridículo que para certas pessoas o jazz tenha uma conotação elitista."
Marta Hugon, cantora de jazz, numa reportagem da NS (sem link)
E eu acho ridículo que alguém não perceba o rídiculo de que se reveste quando deseja que o mundo seja como ela deseja.
Marta Hugon, cantora de jazz, numa reportagem da NS (sem link)
E eu acho ridículo que alguém não perceba o rídiculo de que se reveste quando deseja que o mundo seja como ela deseja.
Fim de citação
"Não há uma criatura do PSD em quem Cavaco Silva confie que confie no dr. Marques Mendes para levar o partido a porto razoável."
Ana Sá Lopes, no DN (sem link), sobre a escolhas de Cavaco Silva para o Conselho de Estado
Ana Sá Lopes, no DN (sem link), sobre a escolhas de Cavaco Silva para o Conselho de Estado
O Jumento vai ao Ministério
O Jumento vai ao Ministério?
"Polícias vão levar um burro ao ministro António Costa
Indignada pela forma como foi tratada pelo Governo, a direcção do Sindicato dos Profissionais de Polícia vai levar no próximo dia 21 de Abril um burro até ao Ministério da Administração Interna. O animal (...) sairá (...) rumo ao Terreiro do Paço levando consigo um carregamento de pastas com 'todos os problemas' que enfrentam os polícias."
DN de hoje (sem link)
Brilhante!
Mas a história tem antecendentes, explicados mais à frente:
"Uma acção de protesto (...) que pretende estabelecer uma relação com uma iniciativa que o próprio António Costa levou a cabo quando era candidato à Câmara de Loures. Na altura, Costa simulou uma corrida entre um burro e um Ferrari na Calçada de Carriche, em Lisboa, para chamar a atenção para os problemas do trânsito (...)."
Resumindo: é a vingança do burro!
"Polícias vão levar um burro ao ministro António Costa
Indignada pela forma como foi tratada pelo Governo, a direcção do Sindicato dos Profissionais de Polícia vai levar no próximo dia 21 de Abril um burro até ao Ministério da Administração Interna. O animal (...) sairá (...) rumo ao Terreiro do Paço levando consigo um carregamento de pastas com 'todos os problemas' que enfrentam os polícias."
DN de hoje (sem link)
Brilhante!
Mas a história tem antecendentes, explicados mais à frente:
"Uma acção de protesto (...) que pretende estabelecer uma relação com uma iniciativa que o próprio António Costa levou a cabo quando era candidato à Câmara de Loures. Na altura, Costa simulou uma corrida entre um burro e um Ferrari na Calçada de Carriche, em Lisboa, para chamar a atenção para os problemas do trânsito (...)."
Resumindo: é a vingança do burro!
terça-feira, março 14, 2006
Serviço Público
Um blogue de serviço público: o Obsecado tem por missão compilar e denunciar as gralhas, onde quer que elas ataquem.
(dica Sorumbático)
(dica Sorumbático)
Berlusconi no seu melhor
Berlusconi abandonou uma entrevista na RAI 17 minutos depois do início por não ter gostado da atitude da jornalista. O vídeo (quase) integral está aqui, e a transcrição da azeda troca de palavras é a seguinte:
BERLUSCONI: «Il governo della sinistra ha avuto uno sviluppo inferiore alla media Ue dello 0,9%, noi dello 0,8. Quindi abbiamo fatto meglio. Capisco che lei non sia molto pratica di economia, ma i dati sono questi...».
ANNUNZIATA: «Lei dice che non sono molto pratica di economia, ma la perdita di 102 mila posti di lavoro...».
BERLUSCONI alza la voce: «Lei adesso mi lascia parlare, mi fa la cortesia di lasciarmi rispondere, sennò mi alzo e me ne vado. Chiaro?».
ANNUNZIATA prova a replicare.
BERLUSCONI insiste: «Lei mi ha fatto una domanda, esigo che lei mi faccia rispondere».
ANNUNZIATA: «Che lei si alza e se ne va è una cosa che lei non può dire».
BERLUSCONI: «Allora io mi alzo e me ne vado e questo resterà come una macchia nella sua carriera professionale. Allora, lei mi ha fatto una domanda, mi usa la cortesia di farmi rispondere?».
ANNUNZIATA prova a dire: «Presidente, ma io...».
Ma BERLUSCONI la ferma: «No, mi ha fatto una domanda e non mi ha datto il modo di rispondere».
ANNUNZIATA: «Presidente, ritiri il discorso del “mi alzo e me ne vado”, perché questo non è accettabile».
BERLUSCONI: «No, io mi al-zo e me ne va-do perché se lei non mi lascia rispondere...».
ANNUNZIATA: «Presidente, non lo faccia».
BERLUSCONI: «Lei non può dire a me quello che devo fare».
ANNUNZIATA: «Neanche lei a me, ci sono delle regole nel mondo giornalistico. La prego di non dire che se ne va».
BERLUSCONI: «Io posso dire quello che voglio, lei non me lo può negare».
ANNUNZIATA: «Presidente, non può dettare le regole».
BERLUSCONI: «Lei vuole decidere anche per gli altri, mentre io sono un liberale e decido solo per me».
ANNUNZIATA: «Guardi, lei non è abituato ad avere colloqui con i giornalisti».
BERLUSCONI si alza, stringe la mano a Annunziata: «Va bene, arrivederla signora, se lei non mi lascia parlare la saluto. Complimenti, lei ha illustrato bene come si comporta una persona che ha pregiudizi e sta con la sinistra. Le posso dire una cosa: lei deve avere un po’ di vergogna per come si è comportata». Mentre Berlusconi se ne va.
ANNUNZIATA dice: «Presidente, mi dispiace ma lei non sa trattare con i giornalisti».
Allontanandosi, BERLUSCONI continua a sfogarsi: «Arrivederla, arrivederci, ringrazio, la Rai è controllata da me...».
BERLUSCONI: «Il governo della sinistra ha avuto uno sviluppo inferiore alla media Ue dello 0,9%, noi dello 0,8. Quindi abbiamo fatto meglio. Capisco che lei non sia molto pratica di economia, ma i dati sono questi...».
ANNUNZIATA: «Lei dice che non sono molto pratica di economia, ma la perdita di 102 mila posti di lavoro...».
BERLUSCONI alza la voce: «Lei adesso mi lascia parlare, mi fa la cortesia di lasciarmi rispondere, sennò mi alzo e me ne vado. Chiaro?».
ANNUNZIATA prova a replicare.
BERLUSCONI insiste: «Lei mi ha fatto una domanda, esigo che lei mi faccia rispondere».
ANNUNZIATA: «Che lei si alza e se ne va è una cosa che lei non può dire».
BERLUSCONI: «Allora io mi alzo e me ne vado e questo resterà come una macchia nella sua carriera professionale. Allora, lei mi ha fatto una domanda, mi usa la cortesia di farmi rispondere?».
ANNUNZIATA prova a dire: «Presidente, ma io...».
Ma BERLUSCONI la ferma: «No, mi ha fatto una domanda e non mi ha datto il modo di rispondere».
ANNUNZIATA: «Presidente, ritiri il discorso del “mi alzo e me ne vado”, perché questo non è accettabile».
BERLUSCONI: «No, io mi al-zo e me ne va-do perché se lei non mi lascia rispondere...».
ANNUNZIATA: «Presidente, non lo faccia».
BERLUSCONI: «Lei non può dire a me quello che devo fare».
ANNUNZIATA: «Neanche lei a me, ci sono delle regole nel mondo giornalistico. La prego di non dire che se ne va».
BERLUSCONI: «Io posso dire quello che voglio, lei non me lo può negare».
ANNUNZIATA: «Presidente, non può dettare le regole».
BERLUSCONI: «Lei vuole decidere anche per gli altri, mentre io sono un liberale e decido solo per me».
ANNUNZIATA: «Guardi, lei non è abituato ad avere colloqui con i giornalisti».
BERLUSCONI si alza, stringe la mano a Annunziata: «Va bene, arrivederla signora, se lei non mi lascia parlare la saluto. Complimenti, lei ha illustrato bene come si comporta una persona che ha pregiudizi e sta con la sinistra. Le posso dire una cosa: lei deve avere un po’ di vergogna per come si è comportata». Mentre Berlusconi se ne va.
ANNUNZIATA dice: «Presidente, mi dispiace ma lei non sa trattare con i giornalisti».
Allontanandosi, BERLUSCONI continua a sfogarsi: «Arrivederla, arrivederci, ringrazio, la Rai è controllata da me...».
segunda-feira, março 13, 2006
A OBA! de Sócrates
Haverá melhor aliado para o Governo de Sócrates que a confiança revelada pelos empresários que, com um intervalo de poucos dias, anunciaram dois enormes investimentos para os próximos anos? As OPA de Belmiro e do BCP devem ter sido comemoradas com champanhe em S.Bento.
Subsiste no entanto uma pergunta muito pertinente que uma reportagem da TV se limitava a insinuar (???): que peso terá a eleição de Cavaco nas decisões destes empresários? Anunciariam eles as mesmas decisões se Soares tivesse sido eleito? Ou Alegre? Ou mesmo se Sampaio tivesse continuado? Porquê?
Subsiste no entanto uma pergunta muito pertinente que uma reportagem da TV se limitava a insinuar (???): que peso terá a eleição de Cavaco nas decisões destes empresários? Anunciariam eles as mesmas decisões se Soares tivesse sido eleito? Ou Alegre? Ou mesmo se Sampaio tivesse continuado? Porquê?
Peões de brega
«After having overcome fascism, Nazism, and Stalinism, the world now faces a new totalitarian global threat: Islamism. We, writers, journalists, intellectuals, call for resistance to religious totalitarianism and for the promotion of freedom, equal opportunity and secular values for all. The recent events, which occurred after the publication of drawings of Muhammed in European newspapers, have revealed the necessity of the struggle for these universal values. This struggle will not be won by arms, but in the ideological field. It is not a clash of civilisations nor an antagonism of West and East that we are witnessing, but a global struggle that confronts democrats and theocrats.»
(via Klepsýdra, via Esquerda Republicana)
Esta declaração é corajosa e merece aplausos. Mas o que também acho que merece registo é o facto de ela ser subscrita por um grupo de intelectuais residentes no ocidente, na sua maior parte com origem em países do terceiro mundo e, alguns deles, muçulmanos (os países).
Percebo a intenção, mas não consigo deixar de os ver como os peões de brega da civilização ocidental. Os cavaleiros entram em cena quando o touro já estiver cansado.
(via Klepsýdra, via Esquerda Republicana)
Esta declaração é corajosa e merece aplausos. Mas o que também acho que merece registo é o facto de ela ser subscrita por um grupo de intelectuais residentes no ocidente, na sua maior parte com origem em países do terceiro mundo e, alguns deles, muçulmanos (os países).
Percebo a intenção, mas não consigo deixar de os ver como os peões de brega da civilização ocidental. Os cavaleiros entram em cena quando o touro já estiver cansado.
O grande equívoco
"O futebol, que já foi um desporto, é hoje uma indústria que consiste na venda de um espectáculo desportivo."
Sporting, esclarecimento aos sócios
Eis o grande equívoco que está na base da ruína do projecto Roquette e do Sporting. Um jogo de futebol não é um espectáculo. É uma liturgia. As pessoas não vão ao estádio para verem boas jogadas, vão para comungarem, para exteriorizarem emoções juntos dos "seus". Economicamente, o paralelo não é o do altamente rentável e comercialmente bem sucedido futebol americano; é o do igualmente rentável e bem sucedido negócio dos evangelistas.
Talvez na Dinamarca, Noruega, Suécia, talvez mesmo Alemanha, o futebol seja encarado assim. Mas em Portugal - como em Itália, Espanha, Grécia - primeiro está a liturgia, só depois o espectáculo.
Por isso, quem configurar aquilo que tem para oferecer pensando no espectáculo vai descobrir que as pessoas não aderem. Quem preparar uma liturgia para cada jogo terá o povo futebolístico a seus pés. Foi isso que Luis Filipe Vieira já percebeu e os dirigentes do Sporting ainda não.
Talvez um dia seja assim. Oxalá. Mas por agora estão dramaticamente adiantados no tempo.
Sporting, esclarecimento aos sócios
Eis o grande equívoco que está na base da ruína do projecto Roquette e do Sporting. Um jogo de futebol não é um espectáculo. É uma liturgia. As pessoas não vão ao estádio para verem boas jogadas, vão para comungarem, para exteriorizarem emoções juntos dos "seus". Economicamente, o paralelo não é o do altamente rentável e comercialmente bem sucedido futebol americano; é o do igualmente rentável e bem sucedido negócio dos evangelistas.
Talvez na Dinamarca, Noruega, Suécia, talvez mesmo Alemanha, o futebol seja encarado assim. Mas em Portugal - como em Itália, Espanha, Grécia - primeiro está a liturgia, só depois o espectáculo.
Por isso, quem configurar aquilo que tem para oferecer pensando no espectáculo vai descobrir que as pessoas não aderem. Quem preparar uma liturgia para cada jogo terá o povo futebolístico a seus pés. Foi isso que Luis Filipe Vieira já percebeu e os dirigentes do Sporting ainda não.
Talvez um dia seja assim. Oxalá. Mas por agora estão dramaticamente adiantados no tempo.
sexta-feira, março 10, 2006
Eu sabia que queria ter sido escritor...
Não sei se já conhecem a mulher de Salman Rushdie...
(dica Mau Tempo no Canil e foto roubada ao Miss Pearls)
(dica Mau Tempo no Canil e foto roubada ao Miss Pearls)
O Espectro final
O fim do Espectro é uma má notícia. Por todas as razões e mais uma: não chegámos a ver o lado optimista de VPV.
sexta-feira, março 03, 2006
Quem fala assim não é gago...
Tudo o que precisa ser dito sobre o conflito entre o ocidente e o islão está neste vídeo de Wafa Sultan, uma psicóloga árabe-americana, na Al-Jazeera. Coragem é isto!
(via Insurgente)
Sublinhado adicional: na Al-Jazeera, a mesma que transmite os vídeos de Osama e que Bush em tempos acusou de estar ao serviço dos terroristas. Oxalá as cadeias de TV norte-americanas fossem assim tão abertas ao contraditório...
(via Insurgente)
Sublinhado adicional: na Al-Jazeera, a mesma que transmite os vídeos de Osama e que Bush em tempos acusou de estar ao serviço dos terroristas. Oxalá as cadeias de TV norte-americanas fossem assim tão abertas ao contraditório...
Duplos sentidos
Mais uma pérola do "caucho" nacional: "Lá dentro", como título de primeira página, é uma expressão arrojadamente polissémica...
Será ironia?
"Com quem vai governar Cavaco?"
Título de primeira página do Semanário
Será ironia ou será mesmo um lapso jornalístico?
Título de primeira página do Semanário
Será ironia ou será mesmo um lapso jornalístico?
quinta-feira, março 02, 2006
O segredo desvendado...
Finalmente, clara e cristalina, eis a explicação para as vitórias de Mourinho:
"A lógica da distribuição pelas diferentes unidades de treino é garantida pelo princípio da progressão horizontal e pelo princípio da alternância horizontal em especificidade, tendo em conta o manuseio conveniente do desgaste global - «mental-emocional» e «físico» implicados no solicitar diverso da tríade relacional das ditas estruturas locomotora, orgânica e perceptivo-cinética - e da recuperação."
in Mourinho, Porquê tantas vitórias?, de Bruno Oliveira, Nuno Amieiro, Nuno Resende e Ricardo Barreto, Gradiva.
(citado em A destreza das dúvidas)
"A lógica da distribuição pelas diferentes unidades de treino é garantida pelo princípio da progressão horizontal e pelo princípio da alternância horizontal em especificidade, tendo em conta o manuseio conveniente do desgaste global - «mental-emocional» e «físico» implicados no solicitar diverso da tríade relacional das ditas estruturas locomotora, orgânica e perceptivo-cinética - e da recuperação."
in Mourinho, Porquê tantas vitórias?, de Bruno Oliveira, Nuno Amieiro, Nuno Resende e Ricardo Barreto, Gradiva.
(citado em A destreza das dúvidas)
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