A questão “PP” não foi a única que Santana teve que enfrentar no congresso e vai continuar a ter que gerir proximamente. Tão ou mais premente que essa era – e é – a questão presidencial. O “convite” ou “desafio”a Cavaco, como lhe quiserem chamar (embora a diferença não seja despicienda), é, do ponto de vista de Santana, um ramo de oliveira. Mas, do ponto de vista de Cavaco, o prazo imposto pela moção é um espinho no ramo. A bola agora está claramente do lado de Cavaco. Ou aceita o “convite” de Santana e se “porta bem” até anunciar a candidatura e nesse caso terá tanta mais benevolência do partido quanto melhor se portar até lá; ou continua orgulhosamente só e arrisca não contar com o partido na eleição presidencial. Aquele traço de imprevisibilidade que tão bem conhecemos em Santana Lopes (e que tantas vezes toca a irresponsabilidade) seria capaz disso.
Mas creio que Cavado se vai “portar bem” daqui para a frente, dando uma ajudinha ao governo aqui e ali, como a propósito das SCUT’s provou saber fazer, e mesmo, quem sabe, lançando de novo para a arena a sua “fera” Marcelo com um registo comunicativo (contraditório) mais pró-governo. Se isso acontecer, Santana põe o partido ao serviço de Cavaco e até é capaz de não fazer finca-pé com as datas: afinal, a “candidatura presidencial é uma questão pessoal”, que depende sobretudo dos timings e razões individuais dos potenciais candidatos.
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