Tese + Antítese = Síntese. Espaço de reflexão sobre a actualidade. Media, política e jornalismo.
segunda-feira, outubro 31, 2005
Claro, Clara!
Clara Ferreira Alves, no Diário Digital
(via Super-Mário)
Unanimismo
Belmiro da Azevedo em entrevista ao jornal Público/Rádio Renascença/2:
Em nenhuma outra categoria social parece existir um tão fundado unanimismo em redor da dupla Cavaco/Sócrates como nas elites económicas deste país. O que eu me pergunto - e não me atrevo a responder - é se isso será um bom ou um mau sinal.
De certa forma voltamos à velha questão do primado do económico sobre o político. A política está em descrédito e a economia não é alheia a isso. Passando aos personagens, os políticos estão em descrétido e as elites económicas não são alheias ao facto. Aqui e elsewhere.
A prova está no facto de estarmos hoje a discutir a preparação económica do futuro presidente, o mais "político" dos cargos políticos. Sob o primado da economia não há política. Sob o primado da economia não há justo ou injusto, só certo ou errado. A economia é puramente racional. A política é ocasinalmente irracional e muitas vezes emocional.
E, bem vistas as coisas, no fundo, no fundo, não procuraremos nós, apenas e só, não mais do que pão sobre a mesa?
Uma GRANDE esmola
Mas... e se, de repente, 20 ou 30 bilionários como Bill Gates decidissem doar 212 milhões cada para causas humanitárias?
Uma vergonha, é o que é!
(dica Blogue de Esquerda)
Downsizing
Segundo o primatologista Robin Dunbar os seres humanos estão biologicamente adaptados para lidar com grupos sociais de não mais de 150 membros. Acima desse número o cérebro humano tem dificuldades em lidar com as relações sociais envolvidas.
domingo, outubro 30, 2005
Bloggers de todo o mundo, uni-vos!
"Web logs are the prized platform of an online lynch mob spouting liberty but spewing lies, libel and invective. Their potent allies in this pursuit include Google and Yahoo."
sábado, outubro 29, 2005
Grande Reportagem e DNA
Será que tenho que deixar e ler revistas para que elas não desapareçam?
quinta-feira, outubro 27, 2005
Sobre a sondagem DN/TSF/Marktest
1. Embora não seja especialista em sondagens, aposto que Cavaco vai perder percentagem até à eleição. Como já escrevi antes, isso acontece sempre que um candidato parte muito distanciado dos restantes. Pelo mero jogo de confronto eleitoral, esse candidato tende a perder votos e os os restantes a ganhá-los. Mais ou menos, num caso ou noutro, se o primeiro não for particularmente compente do ponto de vista eleitoral e os outros não forem em absoluto ineptos sob o mesmo prisma. O que isto significa, no caso concreto, é que Cavaco não vai ganhar à primeira volta.
2. O facto de Alegre estar à frente de Soares é estranho. Pode ser um elemento supresa. Mas se a lógica prevalecer, Alegre vai perder percentagem na exacta medida em que Soares a vai ganhar. Em primeiro lugar porque Soares é conhecido do ponto de vista político e Alegre não. Em segundo lugar porque Soares tem ao seu serviço uma máquina eleitoral muito mais poderosa.
Para exercitar o inglês
Para ler em voz alta:
Três bruxas olham para três relógios Swatch. Qual bruxa olha para qual
relógio Swatch?
E agora em inglês:
Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which
Swatch watch?
Foi fácil?
Então agora para os verdadeiros "especialistas":
Três bruxas suecas e transsexuais olham para os botões de três
relógios Swatch suíços.
Qual bruxa sueca transsexual olha para qual botão de qual relógio
Swatch suíço?
Tentem agora em inglês:
Three Swedish switched witches watch three Swiss Swatch watch
switches.
Which Swedish switched witch watch which Swiss Swatch watch switch?
Conseguiram?
Se a resposta é sim, parabéns!!
quarta-feira, outubro 26, 2005
A defesa da língua como movimento reaccionário
Ora aqui está uma reflexão interessante!
A tradução dos termos que nascem associados às novas tecnologias é normalmente motivada pela defesa das línguas nacionais. Mas a utilização dos novos termos associados às novas tecnologias na sua formulação original, sem tradução, é certamente também uma forma de comunhão de sentidos entre diferentes pessoas de diferentes países, indo ao encontro do que o Esperanto, por exemplo, pretendia ser. Ora, nesse sentido, não traduzir os vocábulos originais ingleses da sociedade de informação é, de uma certa forma, mesmo que restrita, estimular a criação de uma língua verdadeiramente universal. É ir ao encontro do espírito do tempo e estar em sintonia com a inevitabilidade da globalização. E, por oposição, defender a língua nacional é, neste contexto, uma espécie de movimento reaccionário de defesa do passado por oposição ao futuro.
Para irmos verdadeiramente ao fundo da questão, a pergunta que se coloca, então, é se faz sentido defender os estados-nação, em todas as suas formulações (a língua é apenas uma delas) no quadro de uma globalização que tende para o universalismo. E perguntar isso é pertinente não porque consideremos que o estado-nação não deve ser protegido, mas porque o universalismo deve ser estimulado. Porque uma coisa é má e a outra é boa. Ou seja, a posição correcta não está tanto em defender um passado carregado de problemas mas sim um futuro cheio de oportunidades. Ou seja ainda, independentemente do que consiguamos fazer para defender o passado ou abrir caminho ao futuro, o que aí vem é melhor do que aqui está. Quem for optimista a esse ponto terá uma atitude progressista, quem for pessimista adoptará uma atitude reaccionária de defesa do estado-nação, na sua língua como nas suas restantes características.
O que é curioso notar é como, à luz deste raciocínio, a aparentemente louvável iniciativa da Associação Portuguesa para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação se revela afinal contrária aos seus próprios propósitos.
terça-feira, outubro 25, 2005
Eleição dos melhores blogues
1. Real Climate
2. The South-East Asia Earthquake and Tsunami Blog
3. ????? ?? ??????????
4. AgoraVox, le journal media citoyen
5. Wang Yi’s Microphone
6. Tupiniquim
7. Lyssas Lounge
8. Más respeto, que soy tu madre
Uma homenagem
Site, blog, link e outros palavrões
Um dedo no ar!
"Blogue de apoio a Cavaco em dificuldades
Pedro Lomba está à procura de independentes para apoio à candidatura
A criação de um blogue suportado por apoiantes declarados da candidatura de Cavaco Silva está a encontrar alguma dificuladdes devido à recusa de participação de independentes"
Pergunta óbvia: quanto é que pagam?...
Se isto não é um programa político...
José Pacheco Pereira, no Público, em 3/3/2005
Citado em "A agenda de Cavaco Silva", de Vitor Gonçalves, pp 142/143.
Destaques meus.
Três notas apenas:
1. O "entre outras" do período inicial é significativo, indiciando que existem outras tendências (para além da bipolarização e da procura de maiorias absolutas) que vão no sentido de melhorar a governabilidade do sistema político. Que tendências? A presidencialização?...
2. Este programa político "pode ser útil para o futuro" de que forma? Incoporando-se num projecto de presidencialização do regime? Incorporando-se num programa de um partido existente? De um novo partido? A pergunta merece resposta porque, na realidade - e sem ironias - aquele programa político, assim expresso, é um excelente programa político. E era uma pena que morresse orfão.
3. Como é que se cria uma nova força política? À pressa e sem preparação, como no Eanismo, ou lenta e pacientemente, alimentado carinhosamente uma ideia antes de ela ter materialização prática? No centro do espectro político, como PP o coloca, e herdeiro da "social-democracia à portuguesa" de Sá Carneiro, o cavaquismo é o futuro do PSD e experimenta a vertigem de ocupar aquele espaço político que desde o Eanismo é uma tentação: o centro. É bem possível que Cavaco ganhe as eleições com um programa social-democrata e depois se reclame dessa vitória para moldar o PSD à sua imagem e semelhança (barões não lhe faltam), separando-o do PPD e inaugurando o espectro político a cinco vozes.
domingo, outubro 23, 2005
Até onde vai a liberdade?
Segundo a Online Journalism Review, o dono do site porto que oferecia acesso livre aos militares norte-americanos que arranjassem fotos de iraquianos mortos foi preso por um xerife da Florida sob a acusação de obscenidade.
State of the Art
- Em Outubro de 2005, o Technorati acompanha 19,6 milhões de blogues;
- O número total de blogues acompanhados continua a duplicar a cada 5 meses;
- A blogosfera é hoje 30 vezes maior do que era há 3 anos;
- Cerca de 70 mil blogues são criados todos os dias;
- Um blogue nasce a cada segundo que passa;
- Em cada 24 horas entre 700 mil e 1,3 milhões de posts são publicados, 33 mil por hora e 9,2 por segundo.
As melhores capas
Porquê? Porque sim!
sábado, outubro 22, 2005
No dealbar do terceiro milénio
«Computer security isn't a technological problem -- it's an economic problem.»
Bruce Schneier na Wired News
(citado no Mas certamente que sim!)
Blogopedia
Inegável!
(citado na Origem das Espécies)
Xadres como arte
A ver por quem estiver por lá, a exposição de tabuleiros e peças de xadres no Museu Noguchi de Nova Iorque. Em exibição estarão várias peças de diferentes autores, incluindo do próprio Isamu Noguchi, como esta réplica do tabuleiro desenhado em 1944 para uma exposição realizada também em Nova Iorque, coordenada pelos surrealistas Marcel Duchamp e Max Ernst.
Quem tiver 25 mil dólares para gastar também pode comprar uma das dez reedições feitas à mão deste tabuleiro.
Puro Luxo
(para os realmente muito ricos)
O superdesportivo Ferrari FXX
O jacto supersónico privado Aerion
O hotel de luxo e golfe St. Andrews Grand
Os charutos Partagas, edição limitada Dacadas
O relógio Zenith Grand Class Traveller Répétition Minutes
O Porsche Cayman S
O entertainment center Elara
O hotel Mandarin Oriental, em Tóquio
O resort subaquático Poseidon, nas Bahamas
O iate Christensen 150
A versão especial Lamborghini Gallardo SE
O relógio personalizado F.P. Journe Sonnerie Souveraine
As malhas Ballantyne
O resort de férias Aqualina, na Florida
Os novos campos de golfe de Cancún
Os leilões de jóias da Sotheby's
O iate SeaFair Grand Luxe para exposições de arte
A actualizaçao moderna do Palmer Johnson 150
O resort asian-style Amanyara, nas caraíbas
Os restaurantes Blue e Periwinkle, de Eric Ripert, no Ritz-Carlton Grand Cayman.
Blogue "terrorista"
sexta-feira, outubro 21, 2005
Eanes com Cavaco
Cavaco já tem blogue
Íntima Fracção
Sigur Rós na Jukebox
Para quem quer ter uma panorâmica geral da música dos Sigur Rós ou mesmo fazer o download gratuito (legal) de músicas e videos, este especial do portal Webjay é visita recomendável. Em particular destaco este belo video de Vidrar Vel Til Loftarasa. Quem não sabe islandês (que vergonha!) pode consultar as letras e respectivas traduções aqui.
A visita a Portugal acontece a 19 e 20 de Novembro nos Coliseus do Porto e de Lisboa, respectivamente.
Como é que isto funciona na prática?
Sócrates chega à reunião de quinta-feira e afirma:
- "Sr. Presidente, estamos com problemas orçamentais, os números não me deixam alternativa, vou ter que aumentar os impostos."
Um presidente Soares provavelmente encolheria os ombros, chamaria a atenção para os problemas sociais e responderia:
- "Está bem, se tem que ser, que seja."
Mas um presidente Cavaco, o que diria provavelmente era:
- "Ai é? Então dê-me lá os números. Espere aí um bocadinho enquanto eu estudo isto e já falamos."
Provavelmente Cavaco apareceria 10 minutos depois com, no mínimo, uma "revisão" fiscalizadora dos números e, no máximo, uma solução para o problema.
A conclusão dos debatentes é lógica: o país só tinha a ganhar com isso.
Mas nesta ficção falta um componente narrativa importante. O que Sócrates diria, provavelmente era:
- "Desculpe lá Sr. Presidente, mas não tenho nada que lhe mostrar os números. É a mim que compete governar e portanto os números só a mim interessam. O que lhe é devido a si é apenas a informação da condução da política."
Conseguem imaginar o que aconteceria a seguir?
Os tabus de Cavaco
Mas talvez não seja razão para nenhuma das cosias. Nem os primeiros podem ficar completamente sossegados nem os segundos completamente desiludidos. Toda esta conversa acerca do eventual alargamento dos poderes presidenciais e a expectativa que gerou face ao que dela realmente pensa Cavaco pode ter um efeito curioso que é o de tornar mais "aceitável" uma visão maximizadora dos poderes presidenciais. Em primeiro lugar porque, como notou por exemplo Louçã, faltou, para já, a Cavaco, explicar de que forma concrecta pretende participar na resolução dos problemas do país. Porque se não o especificar então são só palavras e nada o distingue, deste ponto de vista, de Soares ou Alegre. E, segundo, porque, como, também bem, assinalou Nuno Rogeiro na SIC Notícias, os poderes presidenciais são o "grande segredo" do nosso sistema político-constitucional e permitem um desempenho presidencial muito mais interveniente do que qualquer magistratura até hoje (Sampaio, o mais "soft" dos nossos presidentes assim o provou). Ora, parece claro que só usando esses poderes na sua quase plenitude Cavaco pode fazer aquilo que pretende, aquilo que os seus apoianmtes querem que ele faça e, ao fim ao cabom, o que dele esperam a actual maioria dos portugueses.
Cavaco está portanto perante um dilema: ou corre ao encontro da história e desempenha o relevantíssimo papel político do qual está com receio; ou fica-se pela disputa eleitoral nos moldes habituais, não acciona a sua "vantagem comparativa " e torna-se semelhante aos restantes candidatos. Nesse caso pode perder.
quarta-feira, outubro 19, 2005
Perigos da informação livre
JCD, um dos blasfemos, publicou o essencial do texto no blogue Jaquinzinhos. Mas depois o mesmo texto seguiu um precurso próprio na blogosfera, recebendo, a determinado ponto, a "autoria" de Miguel Sousa Tavares e, um pouco mais tarde, a alusão a Soares.
O "caso" merece obviamente ser estudado do ponto de vista da formação de boatos no quadro da moderna sociedade da informação. Mas, ainda antes disso, é um exemplo dos cuidados com que devemos abordar as infromações disseminadas pelos canais informais.
Uma nota adicional para dizer que já me tinham feito anteriormente uma alusão ao e-mail em causa e quem a fez, fê-la com uma carga de credibilidade significativa.
segunda-feira, outubro 17, 2005
Estarei a sonhar?
Estarei a sonhar?
domingo, outubro 16, 2005
sábado, outubro 15, 2005
Ecos de um golpe
Ecos de uma causa
Sócrates versus Cavaco
José Sócrates ganhou a maioria absoluta nas últimas eleições legislativas sem saber como. A maioria caiu-lhe no colo como uma dádiva divina (bem, na realidade era uma dádiva "santanista"...). De então para cá, beneficiou da "pedagogia das dificuldades" que Durão iniciou (via Ferreira Leite), Santana tentou intervalar, mas todos os economistas trataram de continuar até aos nossos dias. E se 99% dos especialistas dizem que Portugal está à beira do precipício, o povo português acredita. Por isso, apesar de na realidade ainda nada ter feito senão anunciar feitos e apesar da hecatombe eleitoral autárquica, José Sócrates (ao contrário de Peseiro...) ainda tem crédito. Mais: com maioria absoluta, com a "pedagogia das dificuldades" solidamente interiorizada pelos portugueses e com um calendário autárquico que lhe permitirá "respirar" durante três anos, José Sócrates tem uma oportunidade única de fazer o que tem que ser feito para "endireitar" o país. Isso exigirá coragem perante a opinião pública e perante as corporações (que ele já provou ter), e perante o partido (ainda não...). O próximo Orçamento de Estado será, como é óbvio, uma peça fulcral para percebermos se Sócrates tem ou não essas coragens.
Mas esta oportunidade, para além de única, pode também ser a última. Sobre a cabeça de Sócrates pende uma espada de Damócles, segurada por Cavaco. O clima está a ser criado (se não está já instituído), para o Presidente assumir as rédeas do país em caso de mais um falhanço dos governantes emanados do quadro político actual e do parlamento. É essa a responsabilidade de Sócrates. Se Cavaco for eleito (como espera e esperam todos os seus apoiantes, ou seja, aqueles que são contra o sistema partidário), vai estar à espera das escorregadelas de Sócrates para lhe tomar o poder. Quanto maior a escorregadela, maior o quinhão de poder informal (e a prazo talvez até formal) que Cavaco tomará. Se Sócrates apresentar um orçamento aquém da unanimidade essa será a primeira e provavelmente mais importnate das suas "escorregadelas".
Mas se Sócrates apresentar um orçamento que mereça aplausos de generalidade dos especialistas, os portugueses estarão dispostos a renovar-llhe o crédito. E, ao fazê-lo, estarão também a renovar o crédito no sistema partidário e parlamentar. Ou seja, nessas circunstâncias, a própria eleição de Cavaco (cujo único elemento federador é o anti-partidarismo) estará em causa. Por isso, o Orçamento que Sócrates vai apresentar na segunda-feira é, de certa forma, decisivo não só para o próprio Sócrates, como também para Soares e, até, para o parlamentarismo e o sistema partidário. Esse será o primeiro episódio de vários no combate político que, se mesmo assim Cavaco for eleito, o irá opor a Sócrates nos anos mais próximos. É por isso que esse é o combate decisivo nos dias que correm.
Apenas duas notas adicionais:
1. Se Soares for eleito, Sócrates terá um problema diferente, mas não menor, na presidência. O sistema, esse, não estará em risco, muito pelo contrário. Se Cavaco for eleito, as reformas que Sócrates tem que fazer serão mais fáceis, mas as consequências do seu falhanço serão gravosas para o seu futuro político. Se Soares for eleito, as reformas necessárias serão muito mais difíceis, as consequências políticas para Sócrates de um falhanço serão inócuas e as consequências para o país serão dramáticas.
2. O PSD está a ser ingénuo ao apoiar Cavaco nas presidenciais. Cavaco é contra todos os partidos incluindo o próprio PSD. Já o demonstrou exaustivamente na prática e isso depreende-se com a maior facilidade do quadro político em que se candidata, ou seja, contra os partidos. É isso que lhe pode dar a vitória e, se for inteligente (não duvido...), fará disso o tema central (preferencialmente em surdina) da sua campanha. Depois de eleito, Cavaco será tudo menos um presidente do PSD e tratará o PSD com o mesmo desprezo que com trata os restantes partidos.
Para nos conhecermos...
Ainda mais fotografias.
No mesmo site da Magnum está a referência a um livro e uma exposição no centro Georges Pompidou sobre os "novos europeus". Imagens cheias de sentidos para nos conhecermos melhor uns aos outros.
Fotografia
Uma boa sugestão de João Lopes, no DN (sem link), esta edição da revista Aperture, com fotografias de Lisa Sarfati sobre adolescentes. As fotos podem ser vistas no site oficial da Magum.
O poder da imagem
O III Festival Internacional de Cinema Documental, que hoje se inicia está "espalhado" por toda a cidade de Lisboa com este instantâneo notável. Quantas histórias se poderiam construir (e "reconstituir"..) à volta desta imagem? Mais informações sobre o festival aqui e aqui.
"À Cavaco"
Esta é a forma como Cavaco faz as coisas. O seu silêncio parece muito genuíno, mas por detrás dele há ruidosas movimentações.
Ou seja:
O povo português ainda não sabe se Cavaco vai ou não ser candidato, mas...
...Luis Paixão Martins já sabe
...Os funcionários da LPM já sabem
...Eduarto Catroga já sabe
...Os investidores que ele contactou já sabem
...Um colador de cartazes já sabe
...E um potencial chauffeur também já sabe
Serão portugueses de primeira?
sexta-feira, outubro 14, 2005
Estatuto do Jornalista
Duas boas notícias
1. Cinco empresas farmacêuticas são multadas pela Autoridade da Concorrência em 16 milhões de euros por manipulação de preços em concursos públicos. São sentenças como esta que "endireitam" um país. O que estarão nesta altura a pensar as grandes empresas de construção? E os bancos? E as seguradoras? E... E... E...
2. Um português lançou uma petição online para que a página da FIFA passe a integrar a lingua portuguesa. Está a fazer, com recurso aos instrumentos que a tecnologia moderna põe ao seu dispor, aquilo que a pressão política das entidades competetntes nacionais (quaiquer que elas sejam) não conseguiu fazer. É a sociedade civil a funcionar em defesa da língua. Notável.
Afinal ainda há esperança...
quinta-feira, outubro 13, 2005
Sapos liberais
É natural que PPM ache que a Constituição é hoje um obstáculo, porque, como bom liberal, acha também concerteza que toda a política é um obstáculo. Mas, se toda a política é um obstáculo, a Constituição não poderia deixar de o ser, e portanto a discussão é irrelevante e a sua posição está definida à partida. É portanto "biased", como dizem os norte-americanos.
Pretender que um presidente, como indivíduo, deve resolver os problemas que nós, colectivamente e através dos partidos, não somos capazes de solucionar é, para além de uma ideia sebastianista, também uma assumpção da nossa incapacidade. Da NOSSA incapacidade, sublinho.
O dilema dos liberais perante Cavaco é pungente. Porque todos eles sabem que Cavaco é tudo menos liberal. O sapo está ainda em lume brando.
Pausa na Micro-Causa
terça-feira, outubro 11, 2005
A micro-causa na TV
Condenado
Em Vila Viçosa ganhou um condenado!
(dica Homem a Dias)
domingo, outubro 09, 2005
Desconfiar é fácil...
Prisão preventiva?
Futebol e política
Involuntária lucidez
"Aqui demonstrou-se a separação entre a justiça e a política; e a política ganhou".
Penso que nem ele próprio tomou consciência do verdadeiro alcance das suas palavras. Provavelmente é realmente isso. E é grave!
MICRO-CAUSA (dia 5)
Já aderiram mais de seis dezenas de blogues a este pedido de esclarecimento. Como qualquer pessoa pode constatar, a lista de aderentes não pára de crescer. O jornal Público ainda não percebeu -- ou não quer perceber -- que o seu silêncio autista e arrogante é o grande responsável pelo êxito deste pedido de esclarecimento. Mais. O Público ainda não percebeu -- ou não quer perceber -- que a adesão a este pedido de esclarecimento manifesta um profundo mal estar relativamente à forma como o jornal abordou a matéria em causa.
Faz hoje oito dias que começou esta acção e a adesão ainda não parou de crescer. Por outras palavras, esta solicitação continua a ganhar massa crítica na blogosfera. O Público está muito enganado se pensa que o seu silêncio autista e arrogante acabará por desmobilizar os blogues envolvidos neste pedido de esclarecimento. Cá estaremos, todos os dias, para o reafirmar.
Esta é a lista de blogues que, em função das notícias que publicou, gostaria que o Público desse uma explicação sobre as mesmas: A Destreza das Dúvidas, A Fonte, A Forma e o Conteúdo, A Grande Loja dos Trezentos, Ar Fresco, As Farpas, Abrangente, Abrupto, Afixe, Akiagato, Albardeiro, Al(maria)do, Almocreve das Petas, Arcadia, Belogue Civico, Biblioteca de Babel, Bicho Carpinteiro, Blasfémias, Blogo Existo, Blogouve-se, Bloguítica, Bodegas, Bombyx Mori, Carambas!, Carlos Alberto, Contador de Gaivotas, Contrasenso, Cuidado de Si, Crackdown, Dolo Eventual, E-jetamos, EN101, Espreitador, Gatochy’s Blog, Homem ao Mar!, Ideias em Desalinho, Jornalismo e Comunicação, Laranja com Canela, Linha do Horizonte, Loja de Ideias, Ma-Schamba, Miniscente, Minha Rica Casinha, O Caricas, O Grunho, O Homem do Leme, O Insubmisso, O Plagiário, O Reformista, Observador Cósmico, Política e House, Portugal dos Pequeninos, Praça da República em Beja, Quarta República, Quase em Português, Random Precision, Revisão da Matéria, Sentidos Percebidos, Sopa de Pedra, Tela Abstracta, Tempo Suspenso, Tese & Antitese e 2B.
Blogues adicionados ao longo de domingo: A Origem das Espécies, Adufe, Asilo do Obstinado, Enchamos Tudo de Futuros, Escrita Casual, Fórum Comunitário, Janela Para o Rio, Nortadas, O Contradito, O Insurgente, O Sexo dos Anjos, Política Pura, Porta Aviões, Satyricon e Sob a Estrela do Norte.
(A lista será actualizada sempre que se detectem novas adesões ao pedido de esclarecimento.)
Demolidor
"Américo Tomás tinha declarado que não tencionava recandidatar-se a um terceiro mandato. Estava cansado, um período de sete anos era um período longo. Era a ocasião para a mudança decisiva, que permitiria abrir um novo horizonte para as questões conjuntas da abertura democrática, da independência das colónias e do desenvolvimento económico (...). Afinal concluiu que não estava cansado (...). Fechou-se a última janela de oportunidade e cairam todos (...).
Trinta e três anos depois reproduz-se o mesmo dilema entre a continuidade e a mudança a pretexto de uma eleição presidencial. Também se trata de uma última janela de oportunidade de correcção de rota antes de o colapso do Orçamento de Estado, o esgotamento da economia e a impossibilidade de sustentar o financiamento das políticas sociais trazerem para o primeiro plano a degradação dos comportamentos políticos, a generalização da corrupção e a captura dos serviços públicos pelos seus funcionários (...).
Como Tomás, Soares anunciou que estava cansado e que bastava de responsabilidades institucionais. Como Tomás, Soares sabe que é o último elo da continuidade, aquele que quer impedir o reconhecimento do óbvio. Como ao lado de Tomás, também ao lado de Soares estão as forças apostadas na continuidade, que querem fechar a última janela de opotunidade para a correcção da rota, desde que isso lhes prolongue os privilégios (...)."
sábado, outubro 08, 2005
Handbook for bloggers and cyber-dissidents
Nota: também existe em francês.
Ética e política
"Nada de extraordinário, a não ser que se acredite que existem virgens políticas totalmente impolutas e desprovidas de interesses próprios. Ora tais virgens não existem(...) Os Homens não são anjos, todos têm interesses próprios e numa discussão pública todos os participantes são parte. Não existem árbitros. Todos têm interesses próprios, mas legitimos."
A respeito disto não vamos entrar na polémica de saber se os Homens são naturalmente bons ou naturalmente maus. Já muita gente mais capaz debateu esse assunto. Há uma maneira bem mais simples de confrontar esta opinião: as virgens políticas existem e eu conheço uma. Cada um que fale por si. No limite, toda a discussão se esgota nesse simples gesto. A ética predomina sobre a política.
Cá vai, então: MICRO-CAUSA (dia 4)
O silêncio na comunicação social sobre este pedido de esclarecimento continua. Tal não constitui uma surpresa.O que constitui uma surpresa é a adesão que este pedido de esclarecimento tem vindo a receber. O número de blogues envolvidos nesta solicitação neste momento ultrapassa já as cinco dezenas. Consequentemente, o número de leitores da mesma não pára de crescer e são já, seguramente, uns larguíssimos milhares.Esta é a lista de blogues que, em função das notícias que publicou, gostaria que o Público desse uma explicação sobre as mesmas:
A Destreza das Dúvidas, A Fonte, A Forma e o Conteúdo, A Grande Loja dos Trezentos, Ar Fresco, As Farpas, Abrupto, Akiagato, Albardeiro, Al(maria)do, Arcadia, Belogue Civico, Biblioteca de Babel, Bicho Carpinteiro, Blasfémias, Blogo Existo, Blogouve-se, Bloguítica, Bodegas, Carambas!, Carlos Alberto, Contador de Gaivotas, Contrasenso, Cuidado de Si, Crackdown, Dolo Eventual, EN101, Espreitador, Homem ao Mar!, Ideias em Desalinho, Jornalismo e Comunicação, Laranja com Canela, Linha do Horizonte, Loja de Ideias, Ma-Schamba, Minha Rica Casinha, O Caricas, O Grunho, O Homem do Leme, O Insubmisso, O Plagiário, O Reformista, Observador Cósmico, Política e House, Portugal dos Pequeninos, Praça da República em Beja, Quarta República, Random Precision, Revisão da Matéria, Sentidos Percebidos, Tela Abstracta, Tempo Suspenso, Tese & Antitese e 2B.
Blogues adicionados ao longo de sexta-feira:
Abrangente, Afixe, Almocreve das Petas, Bombyx Mori, E-jetamos, Gatochy’s Blog, Miniscente Sopa de Pedra e Quase em Português.
(A lista será actualizada sempre que se detectem novas adesões ao pedido de esclarecimento.)
sexta-feira, outubro 07, 2005
Isto aplica-se a quem?
2 - The probability that a certain person be stupid is independent of any other characteristic of that person.
3 - A stupid person is a person who causes losses to another person or to a group of persons while himself deriving no gain and even possibly incurring losses.
4 - Non-stupid people always underestimate the damaging power of stupid individuals. In particular non-stupid people constantly forget that at all times and places and under any circumstances to deal and/or associate with stupid people always turns out to be a costly mistake.
5 - A stupid person is the most dangerous type of person. A stupid person is more dangerous than a bandit.
(via ContraFactos & Argumentos, versão integral aqui)
quinta-feira, outubro 06, 2005
MICRO-CAUSA (dia 4)
O número de blogues que tem vindo a aderir a este pedido de esclarecimento não pára de aumentar. Neste momento são já mais de quatro dezenas. Mais. Este pedido de esclarecimento, perfeitamente legítimo e razoável tendo em conta as notícias que foram publicadas no jornal Público, já foi lido por milhares de pessoas, muitas delas leitoras regulares do Público.
O Público persiste em ignorar o pedido de esclarecimento. Era de esperar, por diversas razões. Trata-se de um jogo de paciência. Tudo bem. Cá estaremos, todos os dias, para reafirmar o pedido de esclarecimento:A Destreza das Dúvidas, A Fonte, A Forma e o Conteúdo, A Grande Loja dos Trezentos, Ar Fresco, As Farpas, Abrupto, Akiagato, Albardeiro, Al(maria)do, Arcadia, Belogue Civico, Biblioteca de Babel, Bicho Carpinteiro, Blasfémias, Blogo Existo, Blogouve-se, Bloguítica, Bodegas, Carambas!, Carlos Alberto, Contador de Gaivotas, Contrasenso, Cuidado de Si, Crackdown, Dolo Eventual, EN101, Espreitador, Homem ao Mar!, Ideias em Desalinho, Jornalismo e Comunicação, Laranja com Canela, Linha do Horizonte, Ma-Schamba, Minha Rica Casinha, O Caricas, O Grunho, O Homem do Leme, O Insubmisso, O Plagiário, O Reformista, Observador Cósmico, Para um Exercício de Cidadania, Política e House, Portugal dos Pequeninos, Praça da República em Beja, Quarta República, Random Precision, Revisão da Matéria, Sentidos Percebidos, Tela Abstracta, Tempo Suspenso, Tese & Antitese e 2B.
(A lista será actualizada sempre que se detectem novas adesões ao pedido de esclarecimento.)
Ribeiro e Castro "borrou a pintura"
Ribeiro e Castro teve, desde que foi eleito e em praticamente todas as situações, algumas das posições mais ponderadas de todo o espectro político. "Borrou a pintura" ontem, com o apoio público a Daniel Campelo, o autarca de Ponte lima que, como deputado, traiu o partido e, com Guterres, deu o primeiro de muitos passos para o descrédito da política.
Esses "cinzentos" dinamarqueses.
Uma turista dinamarquesa comenta a caravana ruidosa do PCP, com uma banda a tocar e Jerónimo de Sousa a cantar: "Aqui as campanhas são mais divertidas. Na minha terra não há nada disto."
Comentário: se calhar discute-se política...
Sobre sondagens...
Isto vale para as autárquicas (Lisboa, Porto) e para as presidenciais (dar por adquirida um vitória de Cavaco quando a corrida ainda nem sequer começou ignora por completo esta "lei").
MICRO-CAUSA - Reacções
quarta-feira, outubro 05, 2005
Margarida Rebelo Pinto
MICRO-CAUSA (dia 3)
1. Note-se que este pedido de esclarecimento não deve ser entendido como uma acção contra o jornal «Público». Pelo contrário. Trata-se de um pedido de esclarecimento a favor do Público e, em particular, em defesa da sua credibilidade jornalística.
2. O Público fez acusações muito graves. Acontece que estas foram de imediato desmentidas pelos visados. Para surpresa dos seus leitores, o Público não reagiu em defesa própria, nem se sentiu na necessidade de dar qualquer explicação aos seus leitores.
3. Por uma questão de princípio, os leitores do Público dão o benefício da dúvida ao jornal. Porém, por mais simples que seja, o Público tem de lhes dar uma explicação.
4. Este pedido de esclarecimento, perfeitamente legítimo e razoável, acabará certamente por obter uma resposta. Cá estaremos, todos os dias, para a exigir:
A Fonte, A Forma e o Conteúdo, A Grande Loja dos Trezentos, As Farpas, Abrupto, Akiagato, Arcadia, Belogue Civico, Biblioteca de Babel, Blasfémias, Blogo Existo, Blogouve-se, Bloguítica, Carambas!, Carlos Alberto, Contador de Gaivotas, Contrasenso, Cuidado de Si, EN101, Espreitador, Ideias em Desalinho, Jornalismo e Comunicação, Laranja com Canela, Linha do Horizonte, Minha Rica Casinha, O Caricas, O Homem do Leme, O Insubmisso, O Plagiário, Observador Cósmico, Política e House, Portugal dos Pequeninos, Praça da República em Beja, Quarta República, Random Precision, Revisão da Matéria, Sentidos Percebidos, Tela Abstracta, Tempo Suspenso, Tese & Antitese e 2B.
(A lista será actualizada sempre que se detectem novas adesões ao pedido de esclarecimento.)
O baixo nível da política
É óbvio que a política anda por baixo. Mas isso não se vai notar primeiro nos debates entre dois candidatos a primeiro-ministro ou nas campanhas de um candidato a presidente. Como é óbvio, isso vai notar-se primeiro nas autarquias e sobretudo nas autárquicas, onde a "luta" política pôr em confronto o Sr. Andrade, vendedor de seguros, com a D.Maria Eugénia, funcionária pública. Aquilo a que se convencionou chamar "as bases".
A "porosidade" do Bloco de Esquerda
Até há bem pouco tempo, o Bloco era uma força política urbana, sem qualquer relevância fora dos grandes centros. Agora, nesta eleição, está presente um pouco por todo o país, ainda não em todos os concelhos, mas já em muitos deles, com candidatos em todos os distritos e regiões autónomas (pdf). O que isto significa é que o Bloco está a criar a sua "porosidade" e a criar "raízes", as quais lhe permitirão instituir-se definitivamente como uma força política de âmbito nacional. Ou seja, o Bloco deixa de ser uma clique e passa a ser, deste ponto de vista, um verdadeiro partido. Para preocupação óbvia do PCP, que continua a assobiar para o lado à medida que é gradualmente substituído por outro partido no seu espaço político.
A questão que se coloca que relação ao Bloco é aquela a que já vi referir-se Pachco Pereira: o Bloco seria uma amálgama de pessoas com agendas diversas que dificilmente poderiam organizar-se sustentadamente num partido. O Bloco tem demonstrado o contrário e estas eleições podem prová-lo em definitivo. É verdade que existe muitíssima mais heterogeneidade no Bloco do que existia no PCP. Mas será que existe mais heterogeneidade no Bloco do que no PPD/PSD ou no PS? Ou mesmo, para sair do "centrão", do que no CDS/PP? Parece-me que não.
Depois da falência das ideologias, os partidos são menos "ideológicos" e mais "sociológicos". Depois do "engolimento" dos Verdes pelo PCP, o Bloco é provavelmente o primeiro partido de um novo tipo a surgir em Portugal. Se cresce e subsiste ou não, ainda teremos que ver. Se é de novo tipo ou não, também teremos que ver. E, mais ainda, se este novo tipo de partido é ou não capaz eliminar o fosso entre a política e os cidadãos, essa é de longe a questão mais pertinente.
Cuidado! O capitalismo está a desenvolver uma consciência moral
Patricia Aburdene, que editou com John Naisbitt o best-seller "Megatrends 2000", afirma no seu novo livro "Megatrends 2010" que a transformação moral do capitalismo será um dos traços mais marcantes das sociedades e economias do futuro próximo. Eis uma entrevista sobre o assunto.
Quem sabe se não vai desenvolver também uma consciência social...
terça-feira, outubro 04, 2005
Autárquicas em cartaz
Recomendada no Blasfémias, esta visita ao Blogautarquicas vale a pena...
MICRO-CAUSA (dia 2)
Esta solicitação, perfeitamente razoável tendo em conta as notícias que surgiram no jornal, está a ser feita diariamente por uma lista crescente de blogues: A Fonte, A Grande Loja dos Trezentos, Abrupto, Akiagato, Belogue Civico, Blasfémias, Bloguítica, Carambas!, Contador de Gaivotas, Contrasenso, Cuidado de Si, EN101, Ideias em Desalinho, Jornalismo e Comunicação, Laranja com Canela, Linha do Horizonte, Minha Rica Casinha, O Homem do Leme, O Insubmisso, O Plagiário, Observador Cósmico, Portugal dos Pequeninos, Revisão da Matéria, Sentidos Percebidos, Tela Abstracta e Tese & Antitese.(A lista será actualizada sempre que se detectem novas adesões ao pedido de esclarecimento.)
O Público não pode exigir a terceiros uma conduta que os seus leitores não lhe possam igualmente exigir a si. O Público tem a obrigação de dar uma explicação aos seus leitores.
Cá estaremos, todos os dias, para a exigir.
Ironia
Presidente e candidato a uma junta de freguesia dos arredores de Lisboa justificando o comportamento arruaceiro e agressivo de um grupo de jovens animadores da campanha:
"Peço-vos desculpa por eles. Eles são desempregados e deixaram a escola e nós estamos a tentar ajudá-los a iniciar uma carreira política" (sic).
É preciso explicar mais alguma coisa?
Recomendação musical
Boozoo Bajou em Lisboa, no Lux, em Outubro.
Lux , Lisbon/PT , 14.10.05
Audição parcial do último disco, “Dust my Broom” em
"Boozoo sound player" [pop-up window]
Mais informações sobre os Boozoo Bajou em: http://www.boozoobajou.com/
segunda-feira, outubro 03, 2005
Troca macabra
Um site porno norte-americano oferece acesso* aos soldaddos americanos no Iraque em troca de fotos de iraquianos mortos.
*Advertência: neste artigo há links não aconselháveis a pessoas impressionáveis.
Manifestação em Felgueiras
Acesso WiFi gratuito
Junta a tua à nossa voz
"PODE O PÚBLICO SFF ESCLARECER COM QUEM É QUE FÁTIMA FELGUEIRAS MANTEVE CONTACTOS NO SECRETARIADO NACIONAL DO PS? QUANDO É QUE ESSES CONTACTOS TIVERAM LUGAR? QUEM É QUE INFORMOU JAIME GAMA PREVIAMENTE DA LIBERTAÇÃO DE FÁTIMA FELGUEIRAS? "
Via: Bloguítica (cronologia dos acontecimentos aqui), A Grande Loja dos Trezentos, Akiagato, Belogue Civico, Carambas!, Contador de Gaivotas, Contrasenso, EN101, Ideias em Desalinho, Linha do Horizonte, O Insubmisso, O Plagiário, Revisão da Matéria e Tela Abstracta.
Não se faz....
Conferência de imprensa de Jaime Pacheco em directo na RTPN. Alguém pergunta na sala:
"Jaime Pacheco, em directo para a SportTV..."
Mudo para a SportTV e está a dar um resumo de um jogo do campeonato espanhol.
Não se faz...
domingo, outubro 02, 2005
Para reflectir
Fernando Gil, na edição de Outubro da Atlântico
sábado, outubro 01, 2005
Golpe de estado eleitoral
Mas, ainda assim, esta ideia de que o presidente tem que ter um novo protagonismo no próximo mandato para dirigir o país para fora do pântano em que o esgotamento do actual modelo o colocou, parece-me, mais do que um golpe de estado estado constitucional, um verdadeiro golpe de estado eleitoral.
É verdade que a constituição é suficientemente elástica para permitir uma leitura dos poderes presidenciais diferente do que tem sido o seu exercício. Essa é justamente uma das vantagens de um consituição aberta. Mas essa matéria não foi nunca debatida eleitoralmente. Resta saber se o será agora e em que moldes. Pela minha parte suspeito que ela vai ser insinuada, mais do que afirmada (como de resto já está a ser feito) pelos apoiantes de Cavaco. E isso não é suficiente para a legitimar pelas urnas.
A ideia de que Cavaco pode ser eleito em nome de um projecto de país que passe pelo emagrecimento do Estado e, em resultado da eleição em nome desse projecto, possa, por exemplo, impedir a concretização do aeroporto da Ota, é aventurosamente perigosa e lançará o país numa querela político-constitucional de consequências imprevisíveis.
Porque, embora o nosso sistema constitucional tenha duas fontes de poder sufragadas nas urnas - o parlamento e o presidente - é o segundo que controla o primeiro e não o contrário. É o presidente que actua como um garante da constituição e do funcionamento das instituições face aos jogos de poder e combinações eleitorais geradas e não o parlamento que controla as eventuais derivas autoritárias do presidente. Dito de outro modo, embora erradamente se lhe chame semi-presidencialista, o nosso sistema político é parlamentarista e não presidencialista. Quando muito será semi-parlamentarista mitigado pela presença tutelar de um presidente eleito. Ou seja, tornar o nosso presidente na figura proeminente da direcção do país exige que essa proposta seja claramente feita em eleições e no quadro de uma revisão consitucional. Não nestas eleições e muito menos de uma forma que não seja completamente clara.
Essa é a razão formal. Mas há razões de substância que desaconselham a "presidencialização" do regime. Como muito bem ouvi dizer a Rui Oliveira e Costa, dos 25 países da União Europeia nenhum é presidencialista e todos são parlamentaristas. Mesmo os que tem um presidente mais interventivo, como a França. Os regimes puramente presidenciais são os sul e norte-americanos. E, sinceramente, nenhum deles serve de referência, justamente porque em nenhum deles o equilíbio constitucional é melhor garantido do que no nosso. Porque é mais fácil a um presidente controlar o poder de um parlamento, cuja vontade é dispersa, do que a um parlamento controlar o poder de um presidente, cuja vontade é una. Por isso é que as derivas autoritárias são frequentes nos regimes presidencialistas e raras nos regimes parlamentares
A segunda razão de fundo prende-se com o actual momento político. Ou, mais precisamente, com o surgimento dessa "ideia presidencialista" no actual momento político. Porque, não tenhamos dúvidas, é o actual momento político que alimenta a "ideia presidencialista". E fá-lo com argumentos políticos e económicos.
Os argumentos políticos prendem-se com o esvaziamento da relação entre os eleitores e os partidos. Repetidamente avisados, os partidos deixaram-se afastar da população devido ao clientelismo (quando não corrupção), à poltiquice em vez dos princípios, à diferença entre as propostas e a prática política e à alternância sem alternativa. Hoje, os eleitores não acreditam nos partidos nem nos políticos. Mas isso resolve-se com novos partidos e com novos políticos. Não se resolve com a abolição dos partidos. Um regime presidencialista puro não precisa de partidos, um regime presidencialista mitigado dá-lhes pouca importância. Cavaco enquadra-se neste último caso.
Os argumentos económicos derivam da necessidade de reformar (ou mesmo abolir) o estado-providência. Segundo este argumentário, as actuais finanças públicas estão esgotadas e só se reformam com uma mão forte no leme. O que, mais uma vez, esvazia as propostas políticas dos partidos nesta matéria e, além do mais, encena outra vez o primado do económico sobe o político. Ora, o económico não prima sobre o político a não ser nos regimes neo-liberais. E não me parece que Cavaco seja um neo-liberal. Ele é simplesmente o candidato que neste momento melhor serve os neo-liberais. E é por isso que surge este argumentário.
Mas há mais: a ideia de que uma personalidade forte como Cavaco Silva pode salvar o país do lodaçal no qual o jogaram os políticos e os partidos é profundamente sebastianista. Vai buscar ao mais fundo da alma lusitana e é por isso, mais do que por tudo o mais, que realmente pode ganhar. Mas, como tantos séculos depois já devíamos saber, D.Sebastião não vai voltar e não é assim que se resolvem os problemas.
As configurações políticas que nos servem num determinado momento histórico são uma emanação de nós próprios. De certo modo, os partidos somos nós e os políticos somos nós. Se somos maus, então que sejamos outros. Se eu me não considero representado no actual espectro partidário e no actual leque de propostas políticas ou económicas, a minha responsabilidade como cidadão é, no limite, fundar um partido e apresentar as minhas próprias propostas. Não é invocar D.Sebastião. Ou Cavaco.