A propósito das lamentáveis declarações de Alberto João Jardim (outra vez...), apenas três reflexões rápidas:
1. É por demais evidente que existe hoje em Portugal uma vaga de fundo xenófoba pronta a ser cavalgada por quem tenha coragem de o fazer. Fá-lo-á certamente o mais populista, ou seja, aquele que menos condicionar a sua acção pelos seus princípios. Alberto João Jardim (lídimo representante do PPD santanista), um PP menos "CDS" do que este ou, na falta dele, um Monteiro renascido das cinzas são sérios candidatos para o "papel", o qual, como se sabe, será nos tempos mais próximos (anos?) um papel central no "drama" europeu, cá dentro e lá fora. Se proventura vier a existir um referendo em Portugal sobre o projecto de constituição, não custa prever que, tal como em França, a questão dos imigrantes será central e não ficará polticamente orfã, ou seja, alguém há-de ocupar esse espaço;
2. Em face do que está em causa, aquilo que o Presidente fez é manifestamente pouco. Com muito menos legitimidade, chamou os partidos e conselheiros ao seu regaço aquando da crise santanista. Agora o que está em causa é, objectivamente, a defesa a Constituição à sua guarda. Impunha-se por isso algo mais do que palavras vãs;
3. O PSD reagiu cautelosamente com Miguel Macedo, mas corajosamente com Paula Teixeira da Cruz, vice-presidente: "Quaisquer que tenham sido as circunstâncias em que foram proferidas, não me parece que haja alguma coisa que possa diminuir a gravidade dessas declarações".
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