Já repararam como Paulo Portas tem passado ao lado de todas as polémicas que têm assolado estes agitadíssimos dois meses de santanismo. Alguém escreveu, em tempos, que Santana estava a milhas da sagacidade política de Durão e que seria presa fácil para o "faro" poltíco de Portas. Os últimos dois meses têm dado inteira razão a esta observação. Na questão presidencial do PSD e nas guerras que internamente se vão lutando, quem mais beneficia é Paulo Portas, que, com posições claras, assegura primeiro que tudo o seu próprio eleitorado, como aconetceu no caso do "barco do aborto" e agora com o caso "Marcelo". Para o PP a questão é primeiro que tudo um problema do PSD, mas não passa de uma questão laboral entre uma entidade empregadora e um seu assalariado, o que torna incompreensível a audiência presidencial a Marcelo. Ao contrário do que acontece com o PSD, o PP não está hipotecado ao presidente, como mais uma vez demonstrou. E isso dá-lhe votos dentro do seu segmento do "mercado" eleitoral. Mais: a questão presidencial surge no PSD por causa do PP, mas o PP passa-lhe completamente ao lado proque sabe que um PSD fraco e dividido é um PP forte. Ou seja, Paulo Portas e o PP estão a pensar apenas e só nas legislativas. Para o Partido Popular, primeiro está o partido e só depois a coligação. É PSD que está a arcar com o desgaste de suster um governo de coligação entre dois partidos. Portas está a ser politicamente inteligente e Santana não conseguiu ainda fazer-lhe frente.
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